terça-feira, 3 de novembro de 2009

OFICINA DE MEIO AMBIENTE

As turmas do Turno Integral, além tomarem consciência sobre a importância de nosso ambiente, estão aprendendo a cuidar da alimentação. Aos poucos, compreendem que suco é muito mais saudável que refrigerante, que as frutas são muito mais "poderosas" que os salgadinhos.
Observemos:






Educadora Isolda ensinado e aprendendo sobre a importância das frutas para nossa saúde .

OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA


Nossa Escola teve o privilégio de selecionar vinte e dois educandos e educandas na segunda fase das Olimpíadas de Matemática, evento de dimensão nacional. Dia 24 de outubro os educandos e as educandas abaixo estiveram na Escola Estadual Canoas, bairro Centro, mostrando que a Família Leonina vem qualificando o pensamento lógico matemático.

Pessoal, vocês nos orgulharam!

AILTA TATIANE O DE OLIVEIRA TURMA 221
ANDREI A SOUZA BARCELOS TURMA 53
ANDRIU DANIEL NEDY MERLINI TURMA 72
ANTONIO MARCOS LOTTI DA COSTA TURMA 61
CAROLINE ALVES MACHADO TURMA 61
EMERSON PEDRO MORAES SOUZA TURMA 82
ERICA MACHADO MARQUES TURMA 61
GABRIEL FERNANDES DUPRAT TURMA 51
INGRID KAUANE DA SILVA MACHADO TURMA 52
JAQUELINE BELAGAMBA DE MORAES TURMA 71
KEITE REJIANE OLIVEIRA BOTTEGA TURMA 221
LARISSA JOSIANE BUENO TRINDADE TURMA 71
LEONARDO DA SILVA TURMA 82
LUANA TALIA P FERREIRA TURMA 51
MAXINE SANTANA ANZILIERO TURMA 61
MICHAEL LAIS FRANKE TURMA 51
NICOLAS LOPES BAUM TURMA 111
PAOLA DOS SANTOS TURMA 111
PAOLA TAINA VARGAS DE OLIVEIRA TURMA 72
SANDRO SANTOS DOS SANTOS TURMA 82
TAISSA YASMIN PIRES ROSA TURMA 53
YASMIN NOT UTRA
TURMA 111

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

TORNEIOS DE FUTSAL FEMININO E MASCULINO

Dias 17 , 24 e 30 de outubro ocorreram os torneios de futsal. As meninas mostraram que nem só de "Marta" o Brasil vive e os meninos deram o ESPETÁCULO, como pediu a educadora Telma. Agradecemos a organização dos educadores Caue, Sandro e Telma, bem como o nosso juiz visitante, o educador André.
Seguem fotos dos(as) participantes:











































Times Campeões:
Feminino: Time Ensino Médio
Maculino Manhã: Barcelona
Masculino Tarde: Os Terríveis
Goleadores/as:
Feminino: Jessica
Masculino: Leonardo (manhã) e Lucas (tarde)
Goleiros/as menos vazados/as:
Feminino: Jaíne
Masculino: Ricardo (manhã) e Dionathan (tarde)

SEMANA DA CRIANÇA NO CÔNEGO

Durante a semana entre 13 e 16 de outubro, a Família Leonina celebrou a infância. Foram inúmeras atividades organizadas pelo corpo docente e grêmio estudantil. Parabéns pela brilhante semana!

Rostinhos pintados pela educadora Iveti (2. ano A).






Apresentação de teatro infantil da turma 111, organizado pela educadora Carla, para os anos e séries iniciais.




Iniciação de xadrez pela educadora Telma.











Iniciação de luta greco-romana pelo educador Caue.


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TERRITÓRIO DE PAZ

"Black or withe"

Prefeito Jairo Jorge e Ministro da Justiça Tarso Genro


"Triller"

imagens disponíveis:http://www.cufacanoas-rs.blogspot.com/

O Guajuviras foi considerado a partir de 09/10/2009, sexta-feira, "Território de Paz; uma iniciativa do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). A partir deste um conjunto de ações sociais, de prevenção e combate à violência serão implantadas também aqui. A solenidade recebeu presença do ministro da Justiça, Tarso Genro e do prefeito Jairo Jorge. O "Território de Paz" já está implementado nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Rio Branco (AC), Brasília (DF), Vitória (ES), Maceió (AL), Porto Alegre (RS) e de Salvador (BA). Nossa escola esteve presente, representada por dois grupos de dança (com educandos e educandas da 6.ª série ao 1.° ano do médio) que abrilhantaram o evento. Estes receberam a pontual organização e preparação da educadora Débora Brum. Parabéns!!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ESCOLA CÔNEGO E O MEIO AMBIENTE


No ano de 2008, nossa Escola sediou a III Conferência do Meio Ambiente. Recebemos este reconhecimento pelo MEC, de acordo com o certificado acima.
Parabéns Família Leonina.

domingo, 4 de outubro de 2009

Diário de Canoas - 01/10/09

Canoas - As escolas estaduais Cônego José Leão Hartmann, no Guajuviras, e Erico Verissimo, Igara, entrarão em obras. As ordens de serviço autorizando as reformas foram assinadas na manhã desta quarta-feira pelo secretário de Estado das Obras Públicas, José Carlos Breda. Ao todo serão investidos nos dois estabelecimentos um total de R$ 477.733. Inaugurada há 18 anos a Leão Hartmann terá a primeira reforma significativa. Serão investidos nas melhorias mais de R$ 300 mil. Banheiros, salas de aula, a cozinha e dispensa serão reformadas. A instituição que atende 1.140 alunos contará também com reforço na estrutura, muro de contenção na parte interna com drenagem e construção de um muro de gradil. As obras têm prazo de conclusão de 150 dias. ``O cunho pedagógico é elevado, mas a nossa estrutura é frágil´´, comemora as melhorias a diretora Rosane de Oliveira Duarte. Na Erico Verissimo, onde estudam 800 alunos, os investimentos são de R$ 177.398. No local está prevista a construção de dois muros. Um será de tijolos à vista com gradil de ferro e o outro de gradil pré-moldado. A escola ainda terá a revitalização do pátio com a remoção de uma cerca de alambrado, corte e remoção de árvores, capina e limpeza. Neste caso as benfeitorias devem ser concluídas em até 120 dias.

Escola Cônego é notícia!






Disponível: http://www.educacao.rs.gov.br/pse/html/noticias_det.jsp?PAG=1&ID=5344

Obras escolares Mais duas escolas estaduais iniciam reformas estruturais nos prédios e na área externa nos próximos cinco dias. Os atos de assinaturas de início foram realizados pelo secretário de Obras Públicas, José Carlos Breda, na manhã desta quarta-feira, 30, em Canoas, nas escolas de Ensino Médio Cônego José Leão Hartaman, no bairro Guajuviras, e Érico Veríssimo, localizada no bairro Igara. No mês de setembro, já foram contempladas nove escolas da rede estadual de ensino do município da Região Metropolitana com investimentos totais de R$ 2.753.299.89 do governo do Estado. O secretário de Obras iniciou o dia autorizando a aplicação de mais de 300 mil reais em reformas nas salas de aula, cozinha, despensa, nos conjuntos sanitários, na execução de muro de concreto pré-moldado e ainda reforço estrutural de prédios e drenagem do pátio interno. Durante a solenidade que reuniu todos os alunos do turno da manhã da Cônego José Leão Hartmam, a diretora Rosane Oliveira Duarte Zimmer estava eufórica e muito emocionada. “Palavras não expressam a emoção que sentimos neste momento. Esta é uma escola de referência pedagógica e o ganho é muito grande. É a maior obra que a escola está vivenciando desde a sua construção”, disse a diretora. O secretário Breda ao lado de autoridades convidou para compor a mesa a aluna do 2° ano, do ensino médio, e presidente do Grêmio Estudantil da escola, Tatiane Ourique. Foi a estudante que no final da solenidade fez a entrega da ordem serviço a empresa Viterpa Viegas Terraplanagem e Pavimentações Ltda. O prazo das obras que iniciam na próxima segunda-feira (5) é de 150 dias. No Bairro Igara, no final da manhã, Breda assinou em outro ato a execução do muro externo de alvenaria e muro de concreto pré-moldado, além de corte e remoção de árvores, capina e limpeza da vegetação na escola Érico Veríssimo que beneficiará 800 alunos. O investimento é de R$ 177.398,46. A diretora Isabel Regina Amaral agradeceu o reconhecimento do governo pela escola e destacou que a Érico Veríssimo é a segunda maior instituição de ensino estadual de Canoas. Como complemento às obras atuais, o secretário de Obras afirmou que irá incluir no orçamento destes serviços um aditivo para o revestimento dos pisos das quadras esportivas. Prestigiaram as duas solenidades o diretor-geral substituto Francisco Elifaleti Xavier, representando o secretário da Educação, Ervino Deon, a Coordenadora da 27ª CRE, Liane Verônica Leote, o subprefeito da região Nordeste de Canoas, José Francisco Nunes, o vereador Aloísio Bamberg, representando o Legislativo Municipal, e seus pares, os vereadores Carlos Eri Lima, José Carlos Patrício e Airton José de Souza, o chefe de gabinete do deputado Coffy Rodrigues, Geraldo Morais, o Delegado da 2ª DRM, Edílson Paim, o gerente regional da Corsan, Cezar Magalhães e o representante da bancada municipal do PSDB, Júlio Barbosa.

Escola Cônego no blog da CUFA




Em reunião com a direção da escola Cônego José Leão Hartmann,no bairro Guajuviras na Contel, que nos procurou devido a apresentação do judô na semana da juventude. Nossa proposta inicial é trazer para a nossa sede 15 crianças para a prática do judô e 30 para aulas de inglês e espanhol . O nosso oficineiro de dança Hip Hop é aluno da Escola, o Sandro e a nossa professora de dança e cultura afro a professora Cris. A CUFA tem parceria com esta escola e vai em busca de soluções e melhorias para esta comunidade, tão carente.
E com a maravilhosa iniciativa do professor de educação física o "Cauê" do turno integral levou até os seus alunos a luta grego Romana, transformando a sua realidade e abrindo novas perspectivas para seus alunos, pois é um esporte Olímpico com regras e disciplina.
E aproveitamos para parabenizar sua nova diretora a Rosane, que esta cheia de boa vontade e quer fazer a diferença, "fazendo do nosso jeito"
Parabéns também a toda a equipe da escola,que apoiam a direção e não tem medo das dificuldades que sabemos que são muitas. E não podia deixar de falar das merendeiras que fazem um almoço delicioso!!!
Postado por CUFA CANOAS RS






E A ESCOLA DANÇOU !!!!
Terça-feira - 24/07/2007






HIP-HOP-Da rua para a Escola é o título de um livro que fala bem da relação da cultura de rua com o aprendizado escolar, de como pode ser feita a unificação das formas didáticas distintas em uma simbiose de conhecimento que beira a perfeição.
Fonte: Internet
Descrevo desta forma por saber de várias pessoas que, ao tomarem conhecimento de nossa cultura e descobrirem as várias formas de ações sociais em que ela pode ser utilizada como ferramenta, extrapolam os limites das atitudes e ações solidárias presentes na alma de muitas pessoas, em especial a grande parte da juventude.Dentre essas pessoas que estão inseridas no exemplo citado, tivemos conhecimento de uma professora da cidade de Canoas na grande Porto Alegre, chamada Débora Brum que mesmo com pouquíssimos recursos, conseguiu fazer uma unificação cultural através de um evento muito concorrido e intenso, e que foi presenciado pelo nosso colaborador BRANCO, que descreve a seguir esta excelente iniciativa:Em Canoas a Escola Cônego Leão Hartmann localizada no Bairro Guajuviras realizou no dia 13 de Julho um Mega evento, com a finalidade de unir, somar e agregar através de uma competição de Hip Hop em sala de aula, muita informação, auto-estima, confraternização, incluindo também é claro uma avaliação curricular, pois o projeto faz parte das atividades de língua Inglesa ministradas pela professora Débora Brum responsável pelo evento.
Fonte: Internet
De acordo com a professora Débora ´´Os melhores de cada turma se enfrentaram por série``.Cerca de 400 alunos divididos em 11 grupos, dançaram e dublaram grupos estrangeiros apoiados pelas suas torcidas organizadas em frente a um corpo de jurados que os avaliavam e davam suas respectivas notas,( Muito parecido com os duelos das Crew´s de B.boys existentes no Hip Hop, como ás do filme ´´Entre nesta Dança`` encontrado em qualquer locadora). Pelo lado dos alunos o envolvimento e o entusiasmo foram tanto que mobilizou a vizinhança do colégio, a família dos alunos e a Direção da escola, que apoiou inteiramente o projeto decidindo inclusive patrocinar uma festa de confraternização para a melhor torcida e os campeões.A Escola Cônego Leão fica localizada no Guajuviras infelizmente um dos bairros mais violentos e pobres de Canoas, bem ao lado de uma invasão, conhecida como´´Invasão da Contel`` Grande parte de seus alunos são moradores de lá como falou a professora Débora ´´Além das más condições de moradia infelizmente muitos alunos nossos também sofrem com violência familiar e com a falta de alimentos e roupas.``
Fonte: Internet
Quem quiser colaborar com os alunos da escola Cônego Leão de alguma maneira é só ligar para o número 34686160 e pedir para falar com a professora Débora Brum.´´Professora Débora``Parabéns pelo seu trabalho juntamente com a direção da escola e os demais professores, obrigado pelo convite e o privilégio de ter estado aquele dia prestigiando o evento de Hip Hop de vocês. Naquele momento éramos todos um só! Em pró da cultura, da auto-estima e do Hip Hop, extasiados pelo poder de criatividade que tem cada criança logo que incentivada, capaz de esquecer naquele momento qualquer problema e dificuldade do mundo real tornando-se para nós e principalmente para eles: Estrelas por um dia!´´Se todas as pessoas pensarem em seus semelhantes e se doarem um pouquinho ao invés de ficar apenas lamentando, a vida de todos nós seria bem melhor``Um Abraço a todo pessoal da Escola Cônego Leão.Branco.É...Realmente a escola dançou...A dança da paz e da esperança !!! Parabéns Professora Débora Brum !!! HIP-HOP: DA RUA PARA A ESCOLA !!!!!!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Memória Fórum Social Mundial 2003



Participação da escola Cônego no FSM/2003 PORTO ALEGRE

20.02.2003
Oficina: a vivência na pesquisa sócio-antropológica e seus desdobramentos no cotidiano educativo
“ Quando a gente diz: a luta continua, significa que não dá para parar. O problema que a provoca está aí presente. É possível e normal um desalento. O que não é possível é que o desalento vire desencanto e passe a imobilizar. A expressão a luta continua sublinha a continuidade histórica. Quando estamos na luta, sentimos o gosto de ver a utopia encarnada, o prazer, a alegria fabulosa de fazer a escola pública popular.A grande questão ao avaliarmos nossas ações é que se faz o que se quer, mas o que se pode. Uma das condições fundamentais é tornar possível o que parece não ser possível. A gente tem que lutar possível o que ainda não é possível. Isto faz parte da tarefa histórica de redesenhar e reconstruir o Mundo. ” PAULO FREIRE.

Organização: Escola Estadual de Ensino Fundamental Cônego José Leão Hartmann/Guajuviras- Canoas/RS
Título: a vivência na pesquisa sócio-antropológica e seus desdobramentos no cotidiano educativo
Data: 27.01.03 local: prédio 40 sala: 609 horário: 14h/17h

PROPOSTAS ENCAMINHADAS A PARTIR DA OFICINA
Apresentação: Socializamos ao longo da oficina um pouco do movimento que vem tomando abrigo na Escola Cônego. Uma escola pública, estadual, de periferia. Uma escola que vê, através da pesquisa de sua comunidade, a possibilidade de concretização de sonhos e ideais que contribuam com a redimensão histórica-social-ética-política da ação transformadora de educação.Esse processo se deu calcado no amadurecimento de idéias, na percepção das infinitas contradições de um grupo onde as indagações remeteram a socialização do trabalho da e na Escola e, portanto, passível e possível de ser problematizada, de ser ressignificada através de uma contínua curiosidade epistemológica por parte dos sujeitos envolvidos.O relato iniciou, contextualizando o bairro onde está inserida a escola, o Guajuviras. Abarcou as origens do mesmo, o processo de ocupações, a constituição das diferentes vilas, setores e comunidades que o vêm constituindo.A seguir, foi possível uma reflexão sobre os momentos que vêm expressando a história da escola, .... um questionamento sobre quando esta começou a obter a compreensão sobre seu papel, do seu lugar, o seu verdadeiro compromisso com a comunidade do Guajuviras - o qual se acredita que foi ao longo de um tempo em que a Escola vem se constituindo -. Não em um ou outro determinado momento, mas sim, em diversos momentos: quando não mais encontrava respostas; quando se enxerga e começa a questionar a sua identidade; quando os referenciais teóricos começaram a constituir fonte indagadora da prática; quando, através de uma postura curiosa da sua ação – ao longo dos seus onze anos a Escola – o grupo de educadores e educadoras começa a re inventar o próprio trabalho; quando começou a insistir na possibilidade de alterar a ação educativa, cruzando, então com o processo da Constituinte Escolar.A partir daí, o registro do início do processo da Constituinte Escolar – com muitos tropeços, muitos avanços que se fizeram presentes ao longo da trajetória, mas a convicção, o objetivo e a postura não se alteraram –. Um processo permeado de curiosidades, companheirismo, comprometimento de um grupo. A primeira intenção deste grupo foi reconhecer o próprio espaço, indo a campo, pesquisando e historiando o bairro, a Escola, as práticas. Questionou junto à comunidade sobre o papel que deveria desempenhar – o que de certa forma um pouco assustou, pois a mesma não estava preparada para tamanha expectativa o que ao mesmo tempo a fez refletir sobre como preparava – se estava preparando - o aluno “para a vida”, “para ao trabalho”, “para o vestibular”. O grupo tencionou diversas vezes na compreensão do Projeto Constituinte Escolar , discutindo como o coletivo o que entendia pela avaliação, pela a aprendizagem, pela própria educação, por disciplina, por moradia, por conhecimento, por mercado de trabalho, por evasão, por democratização, por repetência, por saúde, por cidadania, por violência, por relações de poder, “a escola que temos” e “a escola que queremos” e “a escola que podemos ter”...O relato prossegue na expectativa de registrar o compromisso com o processo de construção e de sistematização do PPP, da pesquisa sócio antropológica, do Regimento Escolar que através da contribuição e a compreensão da obra de Paulo Freire oportunizou um comprometimento com o sonho, com um referencial teórico libertador e com um verdadeira realidade da comunidade escolar.O comprometimento como elemento fundamental à prática que se pretende desenvolver não pode ser restrito apenas a um grupo de profissionais envolvidos com o ato de educar, é algo bem mais grandioso, é algo que deve envolver todos aqueles e aquelas que de uma forma ou de outra pontuam presença na prática educativa da escola. Todos aqueles e aquelas que acreditam no potencial latente de crianças, dos jovens e dos adultos que vivem em periferia, em classes populares...que sonham com seus super-heróis , que brincam de pipa, de carrinho de mão, que jogam futebol no campinho, que trabalham, que cuidam dos irmãos menores, “ajudam em casa” , que constituem novas famílias, novos horizontes, novos sonhos...A partir daí, segue o relato do processo da PESQUISA SOCIOANTROPOLÓGICA como ponto de partida para a organização do ensino por complexo temático. A vivência da pesquisa encarada como uma “potência pedagógica” na construção do caminho para a problematização da prática docente e da reinvenção do ensino, na perspectiva da educação popular. A possibilidade de que com a pesquisa as práticas se fortaleçam a partir de compromissos com o “inédito-viável”. A pesquisa não se reduzirá apenas à ida a campo, e sim, a um processo não linear onde a função do educador se problematizará a partir de uma nova compreensão da ciência, da razão, da emoção, da insegurança, da esperança, do medo, da coragem, da luta, da investigação, da experiência, do compromisso com a democratização e inclusão de conhecimentos e de indivíduos mergulhar na verdade, na construção política, na construção democrática, é defender espaços de cidadania. O registro propôs os vários movimentos da pesquisa – a opção pela pesquisa, a primeira ida a campo, o registro da vivência, a construção do instrumento de pesquisa, a segunda ida a campo, as reflexões de alunos, professores, funcionários, os dados e a categorização destes dados, a construção da rede temática, o planejamento, a avaliação.A Escola, assim, vem desenvolvendo uma atitude investigativa da sua cotidianedade, da sua realidade, da sua comunidade. Assumiu essa tarefa escolar na tentativa de reverter o parâmetro vigente, onde não mais as salas de aula, o pátio escolar compreendem a formação dos seus indivíduos, os seus sonhos, os seus anseios.Assumindo autorias... propondo mundos possíveis a partir dos caminhos vividos na educação popular “(...) como impossível seria sairmos na chuva expostos totalmente a ela, sem defesas, e não nos molhar...Não posso ser professor sem me por diante dos alunos, sem revelar com facilidade ou relutância minha maneira de ser, de pensar politicamente. Não posso escapar à apreciação dos alunos...Daí, então que uma de minhas preocupações deva ser a de procurar aproximação cada vez maior entre o que digo e o que faço, entre o que pareço ser e o que realmente estou sendo...Minha presença de professor , que não pode passar desapercebida dos alunos na classe e na escola, é uma presença em si política. Enquanto presença não posso ser omissão, mas um sujeito de opções. Devo revelar aos meus alunos a capacidade de analisar, de comparar, de avaliar, de fazer justiça, de não falhar à verdade. Ético, por isso mesmo, tem que ser o meu testemunho.”FREIRE,1996. P.108-110 O movimento de reestruturação curricular comprometido com a educação popular libertadora exige que aprofundemos a pesquisa participativa com outras ações que garantam a continuidade dos processos investigativos “na” e “com” a comunidade. Assumir processos formativos que sustentem os sujeitos Educador, Educadora, Educando e Educanda Pesquisadores, re-educando nosso olhar, escuta e sensibilidade para os múltiplos processos culturais que são gestados constantemente no cotidiano. Especialmente, sensibilizar a comunidade para reconhecer sua identidade para além dos processos de exclusão social, reconhecer suas potencialidades generosas de resistência frente a vida. A potência transformadora das falas oriundas da pesquisa, do escuta atenta e curiosa do cotidiano escolar se configura como uma possibilidade fecunda de contribuição na conscientização dos diferentes sujeitos na perspectiva local e global A escola assume um estreitamento de parcerias com suas co-irmãs, encorajando a troca de experiências em relação aos processos emancipatórios.
PARTICPANTES:
ROSANE ZIMMER, DARLENE DE PAULA DOS SANTOS, PAULA MEURER,MARLENE LOPES, TEMIS GERMANO, FLAVIO BUSNELLO, NÍRIA SIQUEIRA

sábado, 22 de agosto de 2009

Entrevista

infectologista Nancy Bellei, pós-doutorada em vírus Influenza.


"Muitas mortes por gripe suína poderiam ser evitadas"Autoridade em infecções respiratórias, a cientista explica por que a falta de leitos e de acesso ao remédio criou uma taxa "absurda" de letalidade no Brasil"
Por Mônica Tarantino


Desde que começou a pandemia de gripe suína, em abril deste ano, o número de horas de trabalho diárias da infectologista Nancy Bellei, 47 anos, subiu de nove para 14. A maior parte desse tempo é dedicada ao estudo do vírus H1N1 - agente responsável pela gripe suína - e ao atendimento dos pacientes com suspeita da doença internados no hospital da Universidade Federal de São Paulo. Preocupada com a qualidade da assistência, ela diz que muitas mortes poderiam ter sido evitadas. Nancy tem dezenas de artigos publicados em revistas científicas internacionais e é pós-doutorada em vírus Influenza, o causador das gripes. Nesta entrevista concedida à ISTOÉ, a médica critica os rumos do controle da epidemia no Brasil. Até a terça-feira 18, o País registrava 368 mortes por H1N1 e tinha 3.087 casos confirmados.
ISTOÉ - A taxa de letalidade da gripe suína no Brasil está em torno de 12%. O que isso significa? Nancy - Esse índice se refere ao percentual de mortes entre pessoas internadas. Até agora, foram hospitalizadas cerca de seis mil pessoas no Brasil com sintomas graves e suspeita de gripe.
Dessas, cerca de 1,5 mil tinham testes confirmados. Entre essas últimas, em torno de 12% morreram. Isso é um absurdo. É um índice altíssimo. Uma taxa baixa seria algo em torno de 2% para esses pacientes, já que, como dizem, é uma doença que raramente mata. Se fosse mesmo assim, não deveria ser de 12%.
ISTOÉ - Qual a causa disso? É a sobrecarga de pacientes nos serviços de saúde? Nancy Bellei - Não. As pessoas não estão em pânico. Pânico é quando o indivíduo dá o primeiro espirro e corre para o pronto-socorro. Mas o que estamos vendo no serviço público é as pessoas chegarem entre 48 e 72 horas depois de os sintomas aparecerem, quando pode ser tarde demais.
E algumas vêm após terem passado por outros serviços. Eu mesma atendo pacientes com sintomas intensos que passaram por outros médicos, mas não tiveram indicação do remédio.
ISTOÉ - Então são os médicos? Nancy - No Brasil, faltou e ainda falta treinamento para os profissionais que atendem nos postos e prontosocorros para identificar os casos graves e que podem se complicar.
ISTOÉ - Há limitações nos hospitais? Nancy - Não existem no Brasil leitos em unidades de terapia intensiva para tratar todos os pacientes que precisam de cuidados. Há grande diferença na qualidade do atendimento prestado em uma UTI de um bom hospital privado e um leito desse tipo em pequenas cidades, por exemplo.
ISTOÉ - E quanto ao acesso ao remédio? Nancy - É claro que uma situação de gripe é dinâmica e exige que sejam feitas adaptações nos protocolos de atendimento. Mas as mudanças constantes nas regras para distribuição do remédio causam confusão. Tivemos pacientes com complicações porque não receberam o antiviral.
Isso aconteceu inclusive com grupos de risco, como gestantes e hipertensos, porque as orientações anteriores não previam o tratamento de todos os casos que se enquadrassem nesta categoria. Isso mudou há cerca de três semanas.
ISTOÉ - A culpa é do governo?Nancy - Foi necessário corrigir o fluxo da intervenção. Toda vez que você tem de corrigir é porque estava fazendo errado. Muitas vezes, em uma pandemia, nos deparamos com intervenções que não foram as mais adequadas. Em todos os países isso vai acontecer.
ISTOÉ - As autoridades de saúde estão preocupadas com o uso amplo do Tamiflu porque poderia contribuir para a resistência ao medicamento. Como vê esse cuidado?Nancy - Essa é uma das questões mais equivocadas nessa história. A resistência tem duas formas. Uma delas independe do uso de antivirais. O vírus Influenza muda e de uma hora para outra pode se tornar reresistente em países onde ninguém usou o remédio. O segundo mecanismo é a seleção. Quando você toma a droga, mata os vírus sensíveis, mas, se tiver um resistente e isso é uma loteria , ele pode se multiplicar e ser transmitido. O fato é que o vírus resistente, que já apareceu em vários países, pode chegar aqui do mesmo jeito. Por isso, não usar para controlar a resistência é um engano. Devemos, sim, utilizar com critério e monitorar a resistência.
ISTOÉ - O medicamento deveria ser prescrito para todos os casos suspeitos? Nancy - Sim. Para aqueles que o médico avaliar que o remédio trará benefício. Mas hoje só é dado para os grupos de risco e pessoas que apresentam falta de ar, febre e tosse. Existe também uma orientação que dá ao médico a liberdade de receitar se achar conveniente. Há uma relação custobenefício importante em tratar as pessoas com sintomas porque, dessa maneira, evita-se que os casos evoluam para as formas graves da doença.
ISTOÉ - O Ministério da Saúde foi pressionado para flexibilizar a distribuição do remédio? Nancy - Houve uma ação conjunta da Associação Médica Brasileira, da Associação Paulista de Medicina e da Sociedade Brasileira de Infectologia para ampliar as regras de prescrição do remédio.
ISTOÉ - A sra. acredita que a ampliação do acesso vai salvar vidas? Nancy - Com certeza. Muitas vidas poderiam ter sido salvas se isso já estivesse em prática. No início, quando tratávamos todo caso suspeito, não tivemos nenhuma morte. Isso é uma questão científica e médica.
ISTOÉ - Mas há o argumento de que pode não haver Tamiflu para todos. Nancy - Isso é uma questão de gestão. O que não pode é estabelecer um fluxo de treinamento médico e de tratamento de uma situação clínica porque não há remédio. Também não posso deixar de colocar um doente na UTI e dizer que essa é a conduta correta porque não tenho leitos.
"Muitas pessoas chegam aos médicos 72 horas depois de os sintomas aparecerem. Pode ser tarde demais"
ISTOÉ - A situação do Brasil é mais complicada do que parece? Nancy - Sim. Mas exatamente por estarmos diante de recursos limitados é que precisamos saber quem são os mais atingidos e como gerenciar essa situação. Porém, os dados são defasados. Outra coisa importante é analisar o impacto da doença na vida de quem esteve internado. Metade dos doentes fica uma a duas semanas no hospital, na terapia intensiva, tomando muitos remédios. Há mães que tiveram bebês prematuros. Tudo isso não tem impacto importante?
ISTOÉ - Afinal, essa gripe é ou não é igual à gripe sazonal? Nancy - Ela é diferente. É uma doença potencialmente grave para uma pequena proporção de indivíduos e que pode ter um caráter muito mais sério se não há recursos de saúde para esses pacientes.
ISTOÉ - Um estudo inglês publicado recentemente discutia os efeitos colaterais do Tamiflu em crianças. Houve mudança nas recomendações? Nancy - Não. Na última semana, a Organização Mundial de Saúde divulgou um parecer dizendo que é para continuar prescrevendo o remédio para crianças. Podem haver efeitos colaterais, como náuseas e pesadelos, mas o risco de complicações é alto nesta faixa etária. Por isso, o benefício do remédio é muito maior do que o prejuízo.
ISTOÉ - O número de casos está caindo no Brasil, como sugere o governo? Nancy - Em tese, é possível que entre outubro e novembro diminuam os casos na região Sudeste, dependendo da temperatura. Nesta semana, percebemos uma redução nos atendimentos feitos na Unifesp, mas não dá para saber o que está acontecendo. É necessário observar mais duas semanas para identificarmos se há uma diminuição real de infectados ou se a queda ocorreu por causa da mudança na prescrição do remédio. As regiões Norte e Nordeste têm outro comportamento para o Influenza. Lá os casos são mais numerosos em janeiro e fevereiro. Não sabemos se a taxa de ataque será maior nesses meses.
ISTOÉ - Nos Estados Unidos, avalia-se que o H1N1 pode fazer 100 mil vítimas fatais no ano que vem. Isso quer dizer que o vírus pode se tornar pior?Nancy - Eles estão considerando que o vírus pode ficar mais agressivo. É possível pensar isso baseado em pandemias anteriores.
ISTOÉ - No Brasil, quantas pessoas podem ser atingidas pela pandemia numa segunda onda de casos? Nancy - Em qualquer onda, a estimativa é que essa pandemia atinja até 30% da população, em um cenário mais pessimista, e 10% em uma situação mais favorável. Mas é preciso fazer uma estimativa real de quantas pessoas estão sendo atendidas nos hospitais para saber o que fazer no ano que vem e quantas doses de medicamento e vacinas precisaremos ter.
"A pandemia pode atingir 30% da população, em um cenário mais pessimista, e 10% em uma situação mais favorável"
ISTOÉ - O que fazer na volta às aulas se os casos continuarem a aparecer? Nancy - É preciso avaliar o tempo de ocorrência entre um caso e outro. Devemos observar entre dois e três dias para ver se não aparecem outros. Se não ocorrerem, saberemos que são casos esporádicos, porque a criança não se contamina só na escola. Mas se houver mais, em seguida, pode ser um surto local. Nos países do Hemisfério Norte, tem-se procurado tomar medidas como cancelar aulas numa sala por uma semana, por exemplo.
ISTOÉ - Como devem agir os pais? Nancy - Se a criança tiver mal-estar ou dor de cabeça, mesmo sem febre, é melhor deixá-la em casa até o dia seguinte para ver como os sintomas evoluem. Se estiver febril, com temperatura por volta de 37,3 graus, também não deve ir para a escola. Apresentando febre e sintomas respiratórios, como tosse, é bom procurar o médico.
realizado pela revista VEJA, disponível no site: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2076/artigo150048-1.htm

SOBRE O PANÓTIPO

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Utilitarismo
O pan-óptico, desenho de Jeremy Bentham, 1791
por Rosane O. D. Zimmer

Diz Foucault em seu Vigiar e Punir :
Em suma, o princípio da masmorra é invertido; ou antes, de suas três funções – trancar, privar de luz e esconder – só se conserva a primeira e suprimem-se todas as outras duas. A plena luz e o olhar de um vigia captam melhor que a sombra, que finalmente protegia. A visibilidade é uma armadilha [...] O Panopticon era um edifício em forma de anel, no meio do qual havia um pátio com uma torre no centro. O anel se dividia em pequenas celas que davam tanto para o interior quanto para o exterior. Em cada uma dessas pequenas celas, havia, segundo o objetivo da instituição, uma criança aprendendo a escrever, um operário trabalhando, um prisioneiro se corrigindo, um louco atualizando sua loucura, etc. Na torre central havia um vigilante. Como cada cela dava ao mesmo tempo para o interior e para o exterior, o olhar do vigilante podia atravessar toda a cela; não havia nela nenhum ponto de sombra e, por conseguinte, tudo o que fazia o indivíduo estava exposto ao olhar de um vigilante que observava através de venezianas, de postigos semi-cerrados de modo a poder ver tudo sem que ninguém ao contrário pudesse vê-lo. [..] O Panopticon é a utopia de uma sociedade e de um tipo de poder que é, no fundo, a sociedade que atualmente conhecemos — utopia que efetivamente se realizou. Este tipo de poder pode perfeitamente receber o nome de panoptismo (2006)

O panóptico de Bentham (1792) filósofo utilitarista inglês do século XVIII ), é uma composição arquitetônica de cunho coercitivo e disciplinatório: possui o formato de um anel onde fica a construção à periferia, dividida em celas tendo ao centro uma torre com duas vastas janelas que se abrem ao seu interior e outra única para o exterior permitindo que a luz atravesse a cela de lado a lado.
Na torre central deve-se colocar então um vigia e em cada cela trancafiar um condenado, louco, operário ou estudante: através do jogo de luzes, torna-se impossível ao detento, escolar ou psicótico saber se naquele ponto central está ou não alguém à espreita. Isolados, os condenados ou doentes ou os alunos são hora após hora, dia após dia expostos à observação dos mestres do panóptico, mas sem saber se a vigilância é ininterrupta ou não, quem os vê ou o que vêem. A incerteza da vigilância intermitente adestra.


Fonte:
http://blog.uncovering.org/archives/2007/06/panoptico_a_gen.html

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Entre medos e ousadias, uma carta pedagógica

por Rosane Zimmer

O conhecimento é uma coisa
que exige muitas coisas de nós,
que nos faz sentir cansados,
apesar de felizes.
e não é uma coisa que
apenas acontece
(SCHOR ; FREIRE, 1987, p.101)[1]


Queridas Meninas,

É com o coração molhado de orgulho que escrevo minha primeira carta pedagógica do ano letivo de 2003.

Um orgulho que atribuo à ousadia que vocês tiveram em topar essa loucura pedagógica, em partilhar o que estão aprendendo e ensinando em Matemática.

Meninas, o trabalho foi lindo, ou melhor, está sendo lindo. Penso que o exercício de dialogar descobertas, de trocar, de partilhar conhecimento, potencializa-se na medida em que nos desprendemos de uma a-cultura que acredita que educadores e educadoras apenas fazem aula. Como sujeitos históricos, aprendemos, descobrimos e por que não, também anunciamos nossas aprendizagens.

Nóvoa (2001)[2] acredita que o melhor lugar para aprendermos é na própria escola e a que “a produção de práticas educativas eficazes só surge de uma reflexão da experiência pessoal partilhada entre colegas” (p. 8). Penso que estas experiências de diálogo com as nossas colegas e nossos colegas contribuíram no sentido de um fortalecimento de laços mais pedagogicamente construídos. Em laços que, por sua vez, irão construir novas redes coletivas originárias da recusa do individualismo, do isolamento do trabalho docente, em que muitas vezes nos vemos contagiados.

A ousadia que durante nossos estudos veio perseguindo vocês, é a resposta de uma não sujeitação a uma educação que, pela sua fragmentação, insiste em negar a reflexão coletiva da prática. A ousadia que partilhada provocou reflexões sobre o fazer pedagógico no cotidiano de nossas colegas é, mais uma vez, a prova de que nosso grupo de educadoras e educadores é simplesmente comprometido, pois nossas colegas das séries iniciais, nossas colegas e o nosso colega das séries finais ficaram atentos a cada fala, a cada problematização que provocadas por vocês faziam emergir outras novas descobertas eum outro novo apelo: é preciso que reinventemos nossa prática, é preciso romper com o eletismo de uma educação que fundada no fracasso, se volta contra as classes populares e faz romper com o direito de também aprender, de ter uma educação digna e de qualidade.

Romper com esta a-educação, acredito que é o que viemos em movimento pleno de aprendência. Não sabemos as fórmulas, as etapas, as receitas... apenas sabemos o que queremos... As formas de alcançar nossas utopias vão se construindo a partir dos nossos jeitos, que trêmulos, nervosos, tímidos, inseguros, que com mãos suadas, com dores no pescoço,... vão cativando, contagiando outros e outras que, como nós, estão também plasmados de uma educação libertadora.

Prá ti, BEA, que com o sorriso tímido e com a voz meiga, nos dá a todos e a todas verdadeiras lições de sabedoria.....,
Prá ti, ISOLDA, que vem nos contagiando pela alegria, pela curiosidade, que de tão epistemológica, te provocou em aprender e em nos ensinar Vygotsky....,
Prá ti, MARLENE, que com uma garra impressionante nos ensina que é preciso não estar conformada com a nossa prática e de que é possível sermos ainda muito mais....,
Prá ti, ROZANE, que com muita inteireza, vem num estágio rigorosamente comprometido com a tua prática e com a teoria que vens construindo....
OBRIGADA pela tarde em formação !
Beijos às MENINAS, que entre medos e ousadias nos encantaram!
ROSANE ZIMMER
TARDE AMENA DE SÁBADO NA CIDADE DE CANOAS, 23 DE AGOSTO DE 2003.





[1] Obra organizada a partir de diálogos entre Ira Schor – educador estadunidense, estudioso e crítico dos rumos da reforma da educação do seu país- e Paulo Freire com o título MEDO E OUSADIA: o cotidiano do professor.
[2] O português Antônio Nóvoa é um dos maiores especialistas do mundo em formação de educadores e educadoras. Atualmente é catedrático da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa e presidente da Associação Internacional de História da Educação. Dados extraídos da Revista Nova Escola, n.º 142, maio de 2001.

INSTRUMENTO DA PESQUISA SOCIOANTROPOLÓGICA PRODUZIDA PELA ESCOLA CÔNEGO JOSÉ LEÃO HARTMANN


2.ª IDA A CAMPO – DOCUMENTO CONCLUÍDO EM 29.08.2001
3.ª IDA A CAMPO -DOCUMENTO (RE)ORGANIZADO EM 11 DE MARÇO DE 2005


1-ORIGENS/IDENTIDADE/
ESTRUTURA FAMILIAR/
ESCOLARIDADE

De onde vêm? Onde nasceram? Por que vieram para este local?Há quanto tempo? Como vieram? O que faziam? Onde moravam antes daqui? Quem mora junto? (e grau de parentesco, quantos,...) Pretende(m) mais filhos? Por quê? Qual a escolaridade das pessoas que moram na casa / apartamento? Pretendem estudar / continuar estudando? Por quê?



2-
SAÚDE

O que é feito para não adoecerem? Como cuidam da saúde? O que fazem quando doentes? Aonde vão? Há plano de saúde?
O que usam? Costumam procurara atendimento especializado (em postos, clínicas, hospitais, médico conhecido...) Por quê?
Quem prepara as refeições? Como são os hábitos alimentares? Como é o cotidiano Alimentar? O que significa o termo alimentação saudável?
3-
COTIDIANO

Como ficam e o que fazem, as crianças/adultos durante as tardes, manhãs, noites em finais de semana, durante a semana ( brinquedos e brincadeiras preferidas, programas de TV,)Quais os heróis preferidos ? Em que acreditam? Ouvem rádio? Quais os programas e músicas que mais gostam? O que lêem? Praticam esportes? Quais? Onde? Ocorrem festas na comunidade? Participam?
Qual a forma de sustentação da família? (bico,efetivo, contratado)
4-
INFRA-ESTRUTURA

Qual a opinião sobre a água que bebem? A luz que utilizam? Como se dá o abastecimento? Como foi feito o esgoto? Como avaliam a situação de moradia da família? O que é feito produzido pela família? Quais os dias de coleta de lixo, no bairro? Qual a opinião sobre a segurança no bairro? Por quê? Como se dão os serviços prestados pela empresas de transporte coletivo, telefonia, correios? Qual o destino do lixo? O que fazem? Reciclam? Onde? De que forma a família contribui para o cuidado com o ambiente? Separam o lixo?

5-
RELAÇÕES FAMÍLIA / ESCOLA/EXPECTATIVAS


Qual o sentimento, o pensamento da família em relação à escola? Que ações/situações permitem a relação? O que a família espera da escola? O que a família acredita que a escola espera dela? O que é feito para contribuir para a educação dos filhos? Como se dá o estudo em casa? Com quem? Em que horário?
6-
RELAÇÕES COM
DEMAIS MORADORES/
INSTÂNCAS DE PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Como são as relações entre vizinhos? Existem associações de bairro? Quais são elas? Freqüentam alguma? Por quê? Quando ocorrem problemas, no bairro, como são resolvidos? Qual a importância das associações de bairro?
7-
CULTURA /CRENÇAS/ HÁBITOS


No quê/ em quê existem crenças? Como é a vida religiosa da família? O que mais preocupa a família, no Mundo? Quais os medos? Por quê? Quais os sonhos da família? Por quê? Qual a perspectiva, da família, num futuro imediato? A família tem a mesma crença? Freqüentam?
8- MUNDO DO TRABALHO

Quem trabalha? Profissão? É definida? É especialização? Em quê? Qual o horário d trabalho? Como se dá a relação empregada x empregador? Qual a perspectiva com relação ao trabalho? O salário é justo ao trabalho do trabalhador? Por quê? O que é trabalho? Pretende mudar de profissão, ambiente em que trabalha? De que jeito?



9-OUTRAS QUESTÕES QUE JULGAR RELEVANTES/ OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
REGISTRO REFLEXIVO SOBRE A IDA A CAMPO
pelo educador Flávio Busnello em março de 2002


O Cônego José Leão Hartmann, como praticamente todas as outras escolas, depara-se com os dilemas do universo da educação, refiro-me aqui a: avaliação, relação ensino-aprendizagem, ter autoridade sem ser autoritário, dar liberdade sem que isso signifique libertinagem, e muitos outros dilemas. Nossa escola tem uma forte influência freireana, com isso entendemos a escola como um espaço onde se exerce poder, onde não se pode ser neutro, acreditamos na necessidade de contribuir para a formação de identidades culturais críticas e criativas. Porém há um certo descompasso entre as nossas intenções e os resultados que estamos obtendo. Há entre outras coisas um preocupante índice de repetência e evasão, é visível também o desinteresse por parte de muitos alunos com relação as aulas. Então me parece que o desinteresse pode ser um fator que contribui para a evasão e a repetência, não ignorando uma série de outros fatores que também estão presentes de ordem socio-econômica. Sendo freireana, como já mencionei, acreditamos que é da realidade dos alunos que devemos partir para desenvolver uma proposta que busque a transformação. Devido a isso vem se mostrar muito apropriada a utilização de uma pesquisa antropológica voltada ao interesse de evidenciar aspectos dessa realidade.
Eu vejo dentro da disciplina que trabalho uma relutância incrível dos alunos com relação a fazerem qualquer tipo de atividade sem que essa atividade valha nota. Posso estar enganado mas isso é o reflexo de uma interiorização da lógica mercantilista, onde o trabalho sempre deve ser remunerado. E se isso for verdade há algo de muito errado aí, pois a escola nada mais estaria do que contribuindo com a reprodução do status quo. Como romper com isso? Quais outras raízes estão ligadas com o desinteresse dos alunos? O que interessa o aluno? Por que tais coisas interessam ele?
Partindo de problematizações como essas presentes no nosso dia-a-dia, é que a escola se viu motivada a engajar-se em uma pesquisa de fundo antropológico, com o intuito de tentar deixar transparecer de forma mais nítida quem é o aluno de nossa escola. E assim estamos tentando nos aproximar mais da realidade sócio-cultural dos alunos, para poder de uma forma mais eficiente cumprir com o que pensamos ser o papel da escola, o qual seria promover uma consciência crítica e criativa voltada aos interesses do coletivo É bem possível que cada um dos professores vinculados nessa pesquisa, tenha seus anseios, suas ambições, seus temores. Eu acredito que todos os planos pessoais que cada um de nós tenha construído, por mais diferentes que sejam, todos convergem em um mesmo sentido: aproximar-se mais do alunos para melhor conhece-lo, e com isso poder desafia-lo a pensar criticamente o mundo e estimula-lo a ser cada vez mais criativo e independente, não na perspectiva desse individualismo caótico, mas sim no sentido da autonomia consciente de seus, direitos e deveres como sujeito histórico.
Me parece que um dos fatores importantes que contribuem para manter essa, aparentemente, intransponível distância entre o aluno e o professor, é que por mais contato que exista, por mais que se conviva dentro de uma sala de aula o professor não passa de um estranho aos olhos do aluno. Não quero dizer com isso que os professores devessem virar freqüentadores das casas dos alunos ou vice-versa, e nem quero afirmar que essa impressão de “estranho” possa ser dissolvida. O que eu estou tentando dizer é que, vejo a necessidade emergente a todo e qualquer professor que se pretenda um educador transformador, criar vínculos com o aluno, e eu não acredito que haja possibilidade de se criar qualquer tipo de vínculo sem se conhecer minimamente o aluno. Tenho a intenção de, através dessa pesquisa, poder criar um certo vínculo real com meus alunos, poder chegar mais próximo da realidade deles. E efetivamente eu creio que essa espécie de laço começará a ser construído quando se deixar cair o véu que existe entre aluno-professor. Esse desvelamento que irá evidenciar as feridas sociais, culturais e econômicas, as quais, por vergonha ou falta de confiança no professor geralmente passam cuidadosamente escondidas pelos alunos. Volto a dizer que não será o professor que irá cuidar de curar dessas feridas, haja visto os limites da educação dentro de um processo muito mais amplo de transformação, porém considero necessário ao educador que não apenas ele domine muito bem o tema do dialogo o qual está sendo estabelecido com o aluno, como também com quem ele está dialogando. Isso está ligado ao fato de estarmos pretendendo criar um novo currículo, uma nova visão de currículo, que procure contextualizar o conteúdo com informações como: Quem é esse aluno? O que ele lê, se é que ele lê? O que ele mais assiste na mídia? Como ele se diverte? O que é a escola para ele? E esse conhecimento não pode ser apenas teórico ele se dá também na empiria, no contato direto com a realidade do aluno. Eu penso que esse conhecimento apenas se dará na associação do conhecimento teórico, capaz de permitir a interpretação do empírico, e do conhecimento prático. Isso é no estabelecimento de uma práxis. Por exemplo quando trato de determinado fato histórico com meus alunos, e procuro desconstruir a versão oficial do determinado fato, mostrando-os outras perspectivas pelas quais também poderiam observa-lo, e que nessas versões estão contidos interesses, relativos a modos de ver o mundo. Assim com relação a mídia se de fato existe uma certa manipulação do modo de ver o mundo promovida por ela, e caso pretendo fazer algo semelhante com algum discurso contidos nela, seria interessante que eu tivesse presente, os espaços mais privilegiados para construção das suas identidades culturais, e aí sim saber contra o que estou lutando. A minha ansiedade de começar poder ver os primeiros resultados dessa pesquisa é muito grande. Construir os instrumentos para coletar os dados, aplicar esses instrumentos, começar a ler esses dados, tabula-los, são tarefas árduas porém extremamente estimulantes. Já que daí vai começar a surgir um novo modo de eu ver os meus alunos e também consequentemente de ser visto por eles. Eu acredito ainda na possibilidade de mudança, na possibilidade de construirmos um mundo melhor, mais igualitário, onde a natureza seja respeitada, onde o capital deixe de regular as relações sociais. Acredito na importância da escola dentro desse processo. E eu acredito que essa pesquisa é um passo, ainda que limitado e pequeno, em direção a esse mundo idealizado. Isso é algo motivador, que os professores do Cônego estão experimentando. Posso estar sendo ingênuo, com as minhas ambições relativas a pesquisa, mas apenas o fato de estarmos ousando mudar já é algo inegavelmente válido. Sem falar que não mais se sentir “dono” do currículo, causa uma sensação de insegurança e isso no meu caso, e não só no meu caso, faz com que procure ficar em máxima sintonia com a proposta e procure me unir mais com meus colegas professores. Assim a sensação de união, de companheirismo entre os professores eu percebo que aumentou.
Em suma, estou orgulhoso de fazer parte dessa família, que mesmo sendo humilde e pequena, tem coragem e determinação de ousar ser diferente. É bem verdade que isso é apenas a ponta de um iceberg. Estamos iniciando uma nova fase na nossa escola, que espero eu, nunca acabe, pois é uma prática dialética, já que nosso contato com a realidade dos alunos determinará uma nova prática por parte dos professores, e essa nova prática contribuirá, de uma forma ou de outra, com a mudança de aspectos da realidade dos alunos, assim teremos uma síntese disso, que dará origem a uma nova prática, e assim por diante. Essa busca de uma maior aproximação da realidade do aluno, eu espero que implique acima de tudo no fato de se estabelecer uma cumplicidade, um maior comprometimento entre ambos, o que é imprescindível para que possa ocorrer uma dialogicidade entre os dois mundos professor-aluno. E para isso ocorrer é necessário que pelo menos o primeiro possa conhecer minimamente o contexto do segundo e por isso que esse conhecimento somente se dá “in lócus”.
Texto elaborado pelos educadores e pelas educadoras no início do ano letivo de 2002, o qual compôs caderno de chamada da escola em 2006



Educadoras e educadores incomodados com a realidade da escola refletiram sobre suas práticas e juntos encontraram, na construção do PPP, a semente para a transformação da realidade.
No Regimento Escolar localizaram os elementos para organizarem o solo da escola na Filosofia e nos Objetivos assumidos. Os Planos de Estudos foram foi se enraizando na explicitação das necessidades e desejos da comunidade escolar. Compreenderam que sem a investigação de realidade, do grande grupo escolar, não há subsídios para mudar ou transformar o ensino, por isso o propósito desse desafio (...).
O Complexo Temático mostrou a necessidade de um trabalho pedagógico construído a partir da comunidade escolar, dando o rumo que deve ser seguido.
A EJA vem oportunizar o acesso a jovens e adultos ao Ensino Fundamental.
Com os educandos e educandas, procuramos construir a base da aprendizagem, buscando um espírito crítico de convivência.
Os desafios são ilimitados. Será que conseguiremos? Temos esperança que esta caminhada fortifique e frutifique-se!
O sol e a água representam o alimento do conhecimento para o processo iniciado.
Que o grupo seja como o girassol, crescendo e mudando os rumos, conforme a necessidade e os desafios inerentes ao processo.
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Diário de Canoas
sábado, 19 de abril de 2008 - 14h57

Escola em turno integral já existe no bairro Guajuviras, em Canoas
Alunos de 1ª a 3ª série dos dois turnos permanecem oito horas dentro do colégio.
Canoas - O turno integral já é realidade para 318 alunos da escola estadual Cônego José Leão Hartmann, no bairro Guajuviras. Os estudantes de 1ª a 3ª série do Ensino Fundamental, dos turnos da manhã e tarde, permanecem cerca de oito horas dentro do colégio. Além das atividades normais em sala de aula, os pequenos participam de oficinas temáticas nas áreas de meio ambiente, produção textual, literatura, recreação e pensamento lógico (matemática). A escola é a única na área da 27ª Coordenadoria Regional de Educação que oferece o serviço. A 27ª CRE abrange, além de Canoas, os municípios de Nova Santa Rita, Esteio, Sapucaia do Sul e Triunfo. Os meninos e meninas são distribuídos em 16 grupos de 15 a 20 alunos cada. Professores da rede estadual, em regime de hora-extra, coordenam as atividades que ocorrem das 7h15 às 16 horas para os estudantes do turno da manhã e das 9 às 17 horas, para os da tarde. As crianças recebem ainda café da manhã, almoço, lanches e café da tarde. A diferença das oficinas está na forma de o professor apresentar o conteúdo. “Eles (alunos) aprendem na prática. Na oficina de meio ambiente, por exemplo, as crianças têm contato com a terra, as plantas. Também são usadas brincadeiras e jogos para passar os conteúdos de matemática’’, explica a vice-diretora, Rosângela Zimmer. A diretora Ana Maria Linck Vargas observa: “Estamos dentro de uma comunidade de alto risco social. Ao invés de estar nas ruas, as crianças estão aqui dentro e isso traz tranqüilidade para os pais, que sabem onde estão seus filhos.’’ A pequena Stefani Schulz dos Santos, 8 anos, está muito feliz com as novas atividades. Os olhos verdes da menina brilham ao dizer o que está aprendendo. “Aprendi a cuidar das plantas e eu gosto dos professores.’’ O colega Vinícius Soares, 9, resume em uma palavra o que acha da novidade: “Legal’’. FuturoO projeto Turno Integral deverá ser ampliado para uma das escolas do bairro Mathias Velho, de acordo com a coordenadora da 27ª CRE, Liane Leote. Segundo ela, as direções dos colégios do bairro estão mostrando interesse em oferecer as oficinas. Ela conta que os recursos são provenientes do Estado. “O Turno Integral dá suporte de aprendizagem aos estudantes’’, salienta. A partir das 13h30 de hoje, um grupo de grafiteiros de Sapucaia do Sul realizará oficina com cerca de 80 alunos do Leão Hartmann. A tarefa do grupo será grafitar o muro do colégio, com motivos ligados ao hip hop. Também ocorrerá apresentação do grupo Feras do Ritmo, que é composto por estudantes da escola. “Queremos mostrar a diferença da pichação e da grafitagem’’, acrescenta a coordenadora da atividade, Débora Brum.